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Pró-labore o salário do empresário

Pró-labore o que é: O Guia para a Remuneração dos Sócios

Tabela de Conteúdo

Afinal, pró-labore o que é realmente? Você já parou para pensar sobre como deve retirar dinheiro da sua empresa? Se você é sócio de um negócio, essa pergunta provavelmente já passou pela sua cabeça mais de uma vez. E com razão! Um dos maiores desafios na gestão financeira de qualquer sociedade é justamente estabelecer a forma correta de remunerar quem está à frente do negócio.

Trata-se de um conceito fundamental que todo empreendedor precisa dominar. Quando você investe tempo, conhecimento e trabalho na sua empresa, é justo receber uma compensação por isso, certo? Mas essa remuneração não pode ser confundida com o retorno do capital que você investiu como sócio.

Essa distinção não é apenas uma formalidade. Ela impacta diretamente na saúde financeira do seu negócio, na sua segurança previdenciária e, claro, no bolso de todos os envolvidos quando o assunto é impostos. Um erro nessa área pode custar caro, tanto em termos financeiros quanto em possíveis complicações com o fisco.

É aqui que entra o pró-labore, uma ferramenta essencial tanto para a conformidade legal quanto para a gestão eficiente do seu negócio. Vamos destrinchar esse conceito e entender como utilizá-lo a seu favor.

O que é Pró-labore? Desmistificando o Conceito

Pró-labore o que é? Em termos simples, é a remuneração que os sócios recebem pelo trabalho que efetivamente realizam na empresa. O termo vem do latim e significa “pelo trabalho”. É como se fosse um salário, mas com diferenças importantes na natureza jurídica e nas obrigações que gera.

Imagine que você e um amigo abriram uma agência de marketing. Você cuida da parte criativa e seu sócio administra as finanças. Ambos trabalham diariamente no negócio. O valor que vocês retiram mensalmente como pagamento por essas funções é o pró-labore.

Um ponto crucial: esta remuneração não é um salário no sentido tradicional. Quando uma empresa contrata um funcionário, ela estabelece um vínculo empregatício regido pela CLT, que inclui direitos como FGTS, 13º salário e férias remuneradas. Já o pró-labore é classificado como uma despesa administrativa da empresa e não gera esses direitos trabalhistas automaticamente (embora nada impeça que a empresa estabeleça benefícios similares para seus sócios através de acordos internos).

Quando o Pró-labore é Obrigatório?

Aqui temos uma regra básica: se você é sócio e trabalha na empresa, exercendo funções administrativas ou operacionais, deve receber pró-labore. Isso é especialmente importante para sócios-administradores, que são aqueles formalmente designados para gerir o negócio conforme o contrato social.

Por outro lado, se você é apenas um sócio investidor (ou capitalista), que aportou recursos mas não participa do dia a dia da empresa, não há obrigatoriedade de receber pró-labore. Nesse caso, sua remuneração viria exclusivamente da distribuição de lucros, que veremos mais adiante.

Pedro é médico e abriu uma clínica com dois sócios: João, também médico que atende pacientes, e Maria, que investiu dinheiro mas não trabalha no local. Neste caso, Pedro e João devem receber pró-labore, enquanto Maria recebe apenas sua parte nos lucros.

Como Calcular o Pró-labore de Forma Justa e Estratégica

Definir o valor do pró-labore é uma decisão que vai muito além de simplesmente estipular um número. É um processo que deve considerar múltiplos fatores para garantir tanto a justiça na remuneração quanto a sustentabilidade do negócio.

Fatores Essenciais para Definir o Valor

Valor de Mercado

O primeiro passo é pesquisar: quanto profissionais com funções e responsabilidades semelhantes às suas ganham no mercado? Se você é um advogado sócio de um escritório, por exemplo, vale verificar qual é a média salarial de advogados com sua experiência e especialização. Isso estabelece um parâmetro realista.

Ana é arquiteta e abriu seu próprio escritório. Pesquisando o mercado, descobriu que profissionais com sua experiência ganham entre R$ 8.000 e R$ 12.000. Esse seria um bom ponto de partida para definir a rua remuneração.

Capacidade Financeira da Empresa

Seu negócio consegue arcar com esse valor? Analise o fluxo de caixa e a estrutura de custos da empresa. Uma remuneração que comprometa a saúde financeira do negócio não é sustentável a longo prazo.

Roberto abriu uma padaria recentemente. Mesmo sendo padeiro experiente e sabendo que poderia ganhar R$ 6.000 no mercado, optou por um pró-labore inicial de R$ 3.500 para não sobrecarregar as finanças do negócio em fase de consolidação.

Complexidade das Funções e Dedicação

Avalie honestamente suas responsabilidades e o tempo que dedica à empresa. Um sócio que trabalha 40 horas semanais em funções complexas naturalmente merece um pró-labore maior do que aquele que dedica apenas algumas horas a tarefas mais simples.

Numa sociedade de consultoria, Carlos trabalha 45 horas semanais coordenando projetos, enquanto Débora dedica 20 horas semanais a tarefas administrativas. É justo que a remuneração de Carlos seja proporcionalmente maior.

Planejamento Tributário

Como veremos no próximo tópico, o valor do pró-labore tem impacto direto na carga tributária tanto da empresa quanto do sócio. Um bom planejamento tributário pode otimizar esse aspecto.

Métodos Práticos de Definição

Existem basicamente três abordagens para estabelecer o pró-labore:

  1. Valor Fixo: Um montante predeterminado, pago mensalmente, independente dos resultados da empresa. É o mais comum e previsível.
  2. Valor Variável: Vinculado aos resultados da empresa, como um percentual do faturamento ou do lucro. Adequado para negócios com sazonalidade ou como forma de alinhar interesses.
  3. Modelo Misto: Combina uma parte fixa (para garantir segurança) com uma parte variável (vinculada ao desempenho).

Seja qual for o método escolhido, é fundamental formalizar a decisão, preferencialmente em contrato social ou em ata de reunião de sócios, e manter uma documentação adequada dos pagamentos.

Erros Comuns a Evitar

Um equívoco frequente é definir um pró-labore muito baixo, apenas o suficiente para contribuir com o INSS e garantir benefícios previdenciários. Embora possa parecer vantajoso a curto prazo, essa prática pode ser questionada pelo fisco se não refletir a realidade da contribuição do sócio para a empresa.

No extremo oposto, fixar uma remuneração excessivamente alto pode comprometer o fluxo de caixa e até mesmo a sobrevivência do negócio, especialmente em seus estágios iniciais.

O ideal é encontrar um equilíbrio que seja justo, sustentável e estratégico do ponto de vista tributário.

Tributação Incidente: O Impacto dos Impostos no Pró-labore

Quando falamos de dinheiro, os impostos são inevitáveis. E com o pró-labore não é diferente. A tributação, neste caso, afeta tanto a empresa quanto o sócio que recebe o valor, mas de formas distintas.

Impactos Tributários para a Empresa

O principal encargo da empresa sobre o pró-labore é a contribuição patronal ao INSS. No entanto, o percentual e a forma de recolhimento variam conforme o regime tributário adotado:

  • Simples Nacional: Para empresas nos Anexos I, II e III, o INSS patronal já está incluído na alíquota única. Já para os Anexos IV e V, o INSS patronal deve ser pago à parte, sendo 20% sobre o valor do pró-labore.
  • Lucro Presumido ou Real: A contribuição patronal é de 20% sobre o valor do pró-labore, além de outras contribuições como o Seguro Acidente de Trabalho (SAT) e contribuições a terceiros, que podem somar mais 5,8%.

No caso de empresas optantes pelo Simples Nacional, vale a pena ficar atento à regra do Fator R, principalmente para serviços enquadrados no Anexo III. Esta regra considera a relação entre folha de pagamento (incluindo pró-labore) e faturamento, podendo reduzir significativamente a tributação se bem planejada.

Impostos Retidos do Sócio

O sócio que recebe pró-labore está sujeito a duas principais retenções:

  1. INSS (Contribuição do Segurado): Retido na fonte à alíquota de 11% sobre o valor do pró-labore, respeitando o limite máximo da contribuição (o chamado teto do INSS, que é atualizado anualmente).
  2. Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF): Retido conforme a tabela progressiva do IR. Os percentuais variam de 0% (para valores até o limite de isenção) a 27,5% (para a faixa mais alta), com deduções específicas por faixa.

Vamos ver um exemplo prático:

Marcela é sócia-administradora de uma empresa de consultoria e recebe um pró-labore de R$ 10.000. A retenção do INSS será limitada ao teto da previdência, e o IRPF será calculado conforme a tabela progressiva, considerando as deduções por faixa de renda. O valor líquido que ela receberá será o pró-labore menos essas retenções.

A Importância do Comprovante de Pagamento

Todo pagamento de pró-labore deve ser devidamente documentado através de um recibo. Este documento é essencial tanto para a contabilidade da empresa quanto para o sócio, servindo como comprovante da origem dos recursos para declaração no Imposto de Renda e como evidência da regularidade do pagamento perante o fisco.

O recibo deve conter informações básicas como:

  • Nome e CPF do sócio
  • Valor bruto do pró-labore
  • Deduções (INSS e IRPF)
  • Valor líquido
  • Data do pagamento
  • Identificação da empresa pagadora

Este documento fará parte da escrituração contábil da empresa e servirá como comprovante fiscal para ambas as partes.

Pró-labore vs. Distribuição de Lucros: Entenda a Diferença Crucial

Uma das confusões mais comuns entre empreendedores é a distinção entre pró-labore e distribuição de lucros. Embora ambos sejam formas de retirar dinheiro da empresa, representam conceitos fundamentalmente diferentes e têm tratamentos tributários distintos.

Diferenças entre Pró-labore e Distribuição de Lucros PRÓ-LABORE DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS Natureza Remuneração pelo trabalho Tributação INSS + IRPF (Tributado) Natureza Retorno sobre investimento Tributação Isento (se regular) Periodicidade Mensal (como salário) Direito Apenas sócios trabalhadores Periodicidade Após apuração de resultados Direito Todos os sócios (proporcionalmente) Contabilidade Despesa Administrativa Condição Pago mesmo sem lucro Contabilidade Redução do Patrimônio Líquido Condição Apenas quando há lucro apurado Pró-labore Distribuição de Lucros

Natureza e Propósito

  • Pró-labore: É uma remuneração pelo trabalho efetivamente realizado pelo sócio na empresa. Representa o “salário” pela função desempenhada, seja administrativa, técnica ou operacional.
  • Distribuição de Lucros: É o retorno sobre o capital investido na empresa. Representa a parte do resultado positivo (lucro) a que cada sócio tem direito proporcionalmente à sua participação societária.

Para ilustrar: numa sociedade entre dois advogados, um que trabalha 40 horas semanais no escritório e outro que apenas investiu capital, o primeiro receberá pró-labore pelo seu trabalho, enquanto ambos terão direito à distribuição dos lucros na proporção de suas cotas.

Periodicidade e Formalização

  • Pró-labore: Geralmente tem periodicidade mensal, como um salário, independentemente dos resultados da empresa.
  • Distribuição de Lucros: Ocorre após a apuração contábil de resultados positivos, que pode ser trimestral, semestral ou anual, conforme definido pelos sócios.

Enquanto o pró-labore pode ser pago mesmo que a empresa esteja operando com prejuízo (afinal, é uma remuneração pelo trabalho), a distribuição de lucros só faz sentido quando há, efetivamente, lucro apurado.

Obrigatoriedade e Direito

  • Pró-labore: É obrigatório para sócios que efetivamente trabalham na empresa, especialmente os administradores.
  • Distribuição de Lucros: É um direito de todos os sócios, na proporção de suas participações, independentemente de trabalharem ou não na empresa, mas está condicionada à existência de lucro.

Tributação Comparada

Este é provavelmente o ponto mais relevante para o planejamento financeiro e tributário:

  • Pró-labore: Sujeito à incidência de INSS (tanto a contribuição do segurado quanto a patronal) e IRPF, como vimos no tópico anterior.
  • Distribuição de Lucros: De modo geral, é isenta de IR e de contribuição previdenciária, desde que os lucros tenham sido apurados contabilmente e a distribuição esteja de acordo com a participação societária.

Esta diferença na tributação faz com que muitos empreendedores sejam tentados a privilegiar a distribuição de lucros em detrimento do pró-labore. No entanto, essa estratégia deve ser adotada com cautela.

Riscos da Confusão entre os Conceitos

Um erro comum é disfarçar o pró-labore como distribuição de lucros para evitar a tributação. Por exemplo, um sócio que trabalha na empresa, mas não recebe uma remuneração adequada, retirando valores significativos apenas como “lucros”.

Esta prática pode ser caracterizada como tentativa de elisão fiscal indevida e acarretar problemas como:

  • Autuações fiscais com cobrança retroativa de tributos não recolhidos
  • Multas e juros
  • Em casos extremos, responsabilização pessoal dos sócios

Do mesmo modo, pagar valores excessivos de pró-labore quando seria mais adequado distribuir lucros também representa uma estratégia tributária ineficiente, resultando em pagamento desnecessário de impostos.

O Pró-labore na Contabilidade Societária

A contabilidade não é apenas uma obrigação legal, mas uma ferramenta fundamental para a gestão adequada da empresa. E quando falamos de pró-labore, o registro contábil correto é essencial tanto para a conformidade fiscal quanto para a análise gerencial do negócio.

Como o Pró-labore é Registrado Contabilmente

Na contabilidade, o pró-labore é classificado como uma despesa administrativa ou operacional, dependendo da função do sócio na empresa. O lançamento típico envolve:

  • Débito: Conta de Despesa com Pró-labore (resultado)
  • Crédito: Pró-labore a Pagar (passivo circulante)

No momento do pagamento:

  • Débito: Pró-labore a Pagar
  • Crédito: Banco/Caixa

Para as retenções:

  • Débito: Pró-labore a Pagar
  • Crédito: INSS a Recolher
  • Crédito: IRRF a Recolher

Este registro adequado garante a transparência e a separação clara entre o que é remuneração pelo trabalho e o que é retorno sobre o investimento, facilitando a análise financeira e a prestação de contas aos sócios.

Impacto nos Resultados da Empresa

Por ser classificado como despesa, o pró-labore impacta diretamente o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), reduzindo o lucro contábil da empresa. Isso tem implicações importantes:

  1. Análise de Desempenho: Um pró-labore muito alto pode fazer com que a empresa pareça menos lucrativa do que realmente é, distorcendo indicadores de performance.
  2. Base para Distribuição de Lucros: Como a distribuição de lucros isentos de tributos depende da apuração contábil correta, o registro adequado do pró-labore influencia diretamente este cálculo.
  3. Tributação da Pessoa Jurídica: Para empresas no regime de Lucro Real, o pró-labore, como despesa dedutível, reduz a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Uma empresa com faturamento de R$ 200.000, custos de R$ 80.000 e despesas operacionais de R$ 40.000 (excluindo pró-labore) teria um lucro antes do pró-labore de R$ 80.000. Se o pró-labore dos sócios totalizar R$ 30.000, o lucro contábil cairá para R$ 50.000, impactando tanto a análise de rentabilidade quanto a tributação.

A Importância da Formalização do Pró-labore

O valor e as condições do pró-labore devem estar formalmente estabelecidos, preferencialmente no Contrato Social ou em ata de reunião de sócios. Esta formalização é importante por diversos motivos:

  1. Segurança Jurídica: Evita questionamentos futuros entre os sócios sobre valores e condições.
  2. Conformidade Fiscal: Estabelece a legitimidade do valor perante o fisco, diminuindo o risco de questionamentos.
  3. Governança Corporativa: Torna transparente a política de remuneração, aspecto essencial da governança.
  4. Base para Modificações: Facilita eventuais ajustes futuros, que podem ser formalizados por meio de alterações contratuais ou novas atas.

Relação com a Regularidade da Empresa e a Distribuição de Lucros

A legislação estabelece que a distribuição de lucros isenta de tributação está condicionada à regularidade da escrituração contábil da empresa. Isso significa que uma contabilidade desorganizada ou irregular pode comprometer a isenção tributária da distribuição de lucros.

Assim, o registro correto do pró-labore faz parte de um conjunto de práticas contábeis adequadas que, além de garantir a conformidade fiscal, viabiliza o planejamento tributário lícito, como a distribuição de lucros isentos.

Planejamento e Estratégia: Maximizando Resultados com o Pró-labore

Definir adequadamente o pró-labore vai muito além de cumprir uma obrigação formal. Quando bem planejado, ele se torna uma ferramenta estratégica capaz de contribuir significativamente para a saúde financeira da empresa e para a segurança patrimonial dos sócios.

Contribuições para a Saúde Financeira e Governança

Um pró-labore bem estabelecido ajuda a:

  1. Separar Claramente Finanças Pessoais e Empresariais: Evita a confusão patrimonial, um dos principais problemas em pequenas empresas.
  2. Estabelecer Disciplina Financeira: Ao fixar um valor determinado, cria-se previsibilidade no fluxo de caixa.
  3. Promover Transparência nas Relações Societárias: Quando todos os sócios que trabalham na empresa têm remunerações justas e formalizadas, reduz-se o potencial de conflitos.
  4. Profissionalizar a Gestão: Mesmo em empresas familiares, o estabelecimento de remunerações baseadas em critérios objetivos contribui para a profissionalização.

Maria e seu irmão João herdaram a padaria dos pais. Ao invés de simplesmente dividirem o dinheiro do caixa no fim do dia, como faziam os pais, estabeleceram pró-labores formais baseados nas funções que cada um desempenha. Isso trouxe mais clareza financeira e evitou conflitos.

Encontrando o Equilíbrio Perfeito

O desafio está em encontrar o equilíbrio ideal entre três variáveis:

  1. Pró-labore: A remuneração justa pelo trabalho dos sócios
  2. Distribuição de Lucros: O retorno sobre o capital investido
  3. Reinvestimento: Os recursos mantidos na empresa para crescimento e segurança

Não existe uma fórmula única, pois cada empresa tem sua realidade. No entanto, uma análise de cenários pode ajudar a encontrar o ponto ótimo:

Conservador: Pró-labore suficiente para as necessidades básicas dos sócios, prioridade para reinvestimento e formação de reservas, distribuição de lucros mínima.

Equilibrado: Pró-labore alinhado com valores de mercado, reinvestimento proporcional aos planos de crescimento, distribuição de lucros regular mas moderada.

Agressivo: Pró-labore competitivo, reinvestimento focado apenas em oportunidades específicas, distribuição de lucros maximizada.

A escolha entre esses cenários (ou uma combinação deles) dependerá de fatores como:

  • Estágio do negócio (inicial, crescimento, maturidade)
  • Perfil dos sócios (conservadores ou arrojados)
  • Condições de mercado e economia
  • Planos de expansão da empresa

A Importância da Previdência Privada como Complemento

Um aspecto frequentemente negligenciado é que, mesmo com um pró-labore adequado, a contribuição ao INSS tem um limite (o teto previdenciário).

Isso significa que sócios com rendimentos mais elevados terão, proporcionalmente, uma aposentadoria oficial reduzida em relação aos seus ganhos na ativa.

Por isso, é altamente recomendável que o planejamento financeiro dos sócios inclua um pilar de previdência privada. Existem diversas opções, como:

  • PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): Adequado para quem faz declaração completa do IR, permitindo deduzir as contribuições da base de cálculo até o limite de 12% da renda tributável.
  • VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Indicado para quem faz declaração simplificada ou já atingiu o limite de dedução do PGBL.
  • Previdência Privada Corporativa: A empresa pode instituir um plano para seus sócios e executivos, com vantagens tributárias específicas.
  • Investimentos Diversos: Além dos planos previdenciários tradicionais, uma carteira diversificada de investimentos pode compor uma estratégia de aposentadoria robusta.

Ricardo é sócio de uma empresa de tecnologia e recebe um pró-labore de R$ 20.000. Como este valor supera o teto do INSS, ele complementa sua previdência com um PGBL no valor de R$ 2.400 mensais (12% de sua renda tributável), maximizando o benefício fiscal e garantindo uma aposentadoria mais confortável no futuro.

Conclusão: A Gestão Inteligente da Remuneração Societária

Chegamos ao fim desta jornada pelo universo do pró-labore, e agora fica claro que este tema, aparentemente simples, carrega nuances importantes que podem fazer toda a diferença no sucesso do seu negócio e na sua segurança financeira como empreendedor.

Recapitulando os pontos-chave

  1. O pró-labore é a remuneração pelo trabalho do sócio na empresa, diferente da distribuição de lucros, que representa o retorno sobre o capital investido.
  2. Seu cálculo deve considerar diversos fatores: valor de mercado para a função, capacidade financeira da empresa, complexidade das atividades e planejamento tributário.
  3. A tributação incidente é significativa, incluindo INSS (parte do segurado e patronal) e IRPF, o que exige atenção especial no planejamento.
  4. A diferença entre pró-labore e distribuição de lucros é fundamental, não apenas conceitualmente, mas principalmente pelos impactos tributários distintos.
  5. O registro contábil correto é essencial tanto para a conformidade fiscal quanto para a análise gerencial adequada do negócio.
  6. Um pró-labore bem definido é ferramenta de planejamento estratégico, contribuindo para a saúde financeira, a governança corporativa e a segurança previdenciária dos sócios.

Lembre-se que não existe uma solução única ou “receita de bolo” quando o assunto é remuneração societária. Cada empresa tem sua realidade específica, considerando setor de atuação, porte, estágio de desenvolvimento, número de sócios e suas respectivas funções, entre outros fatores.

Consulte Sempre Uma Contabilidade Especializada

Por isso, é fundamental realizar uma análise personalizada, preferencialmente com o apoio de profissionais especializados. A definição adequada do pró-labore e sua integração a um planejamento tributário e sucessório mais amplo podem significar economia substancial de impostos e maior segurança para o futuro.

A Sempar Contábil está à disposição para auxiliar você nesse processo. Nossa equipe de contadores especializados pode ajudar a encontrar o equilíbrio ideal entre pró-labore, distribuição de lucros e reinvestimento para o seu negócio, considerando aspectos contábeis, fiscais, societários e estratégicos.

Entre em contato conosco e descubra como podemos contribuir para otimizar a gestão financeira da sua empresa e garantir a remuneração mais adequada para você como empreendedor. Afinal, o sucesso do seu negócio também depende de decisões acertadas nessa área tão importante.

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